Não é de hoje que se discute sobre a importância da formação acadêmica na escolha do controller jurídico para seu escritório ou departamento jurídico.
É necessário que o controller seja formado em direito (bacharel ou advogado) ou poderia ser um profissional de outra área como administrador ou contador?
O objetivo dessa questão é de chamar atenção de que mais importante que uma definição teórica sobre a formação técnica do controller jurídico, essa definição deverá ser prática e realizada caso a caso, para atender a realidade específica de cada escritório de advocacia/departamento jurídico.
Não restam dúvidas de que não há um consenso sobre qual seria a formação acadêmica ideal para um controller jurídico, entretanto, algumas Soft Skills já são uma unanimidade e precisam estar presentes (mesmo quem em alguma medida) em todos os profissionais que desejam ingressar (e o mais importante), permanecer à frente de uma Controladoria Jurídica.
Vamos a elas:
a) Capacidade de gerenciar equipes
É óbvio que o controller jurídico terá que ser um líder de uma equipe (ela pode ser pequena, média ou grande), mas independentemente do tamanho deve haver uma disposição para “lidar” com outro profissionais, para ensinar, motivar. Ser um líder não é fácil, e não é uma habilidade que se aprenda nos bancos escolares. É necessário observação, prática e empatia. Importante também é estabelecer uma relação de confiança e alinhamento com as outras lideranças do escritório ou departamento jurídico. Controladoria Jurídica isolada é fadada ao fracasso.
b) Organização e visão sistêmica
A organização é uma qualidade primordial para um(a) controller jurídico. Ele/Ela tem que ser capaz de planejar o seu dia, dedicar mais tempo suficiente para cada tarefa a ser executada, além de evitar o desperdício de tempo à procura de objetos, e-mails ou documentos que podem ficar perdidos no meio da desorganização.
É importante manter o foco no que realmente é importante e prioritário naquele dia. Se o profissional não conseguir se organizar, então não consegue definir os seus objetivos e estabelecer suas próprias prioridades. Dessa forma, não realizará o que realmente importa.
Já a visão sistêmica pode ser definida como uma capacidade que o profissional tem de ver, no caso, o escritório, como um todo, e diante disso, identificar os processos, como funcionam, como os setores se integram, como é a produção e a entrega dos serviços ao cliente e ao mercado.
c) Maturidade profissional
A maturidade profissional está relacionada a diversos contextos, oportunidades, formas de decisão, respeito às escolhas e capacidade para modificar as atitudes mediante críticas e aconselhamentos.
São algumas características de profissionais que atingiram sua maturidade: capacidade de decisão, resiliência, saber lidar com feedbacks/feedfowards e proatividade.
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d) Comunicação
Capacidade de transmitir mensagens que gerem compreensão e feedback e o oposto, de compreender e dar o feedback adequado às mensagens recebidas. Clareza, objetividade e cordialidade são fundamentais na comunicação, especialmente entre a Controladoria Jurídica e a área técnico-jurídica.
e) Responsabilidade
Há atividades que são atribuídas dentro do lugar de trabalho, mas existem outras que são adquiridas durante a preparação profissional: assumir as consequências de cada ato, se colocar como autor e responsável pelo próprio desempenho.
f) Adaptabilidade
Não ter apego a processos e ferramentas de trabalho. A tecnologia e o mundo mudam o tempo todo. Estar atendo as mudanças no ambiente e no escritório e identificar o que precisa ser modificado, agindo rápido.
Essas são apenas algumas características primordiais nas escolhas e especialmente na permanência do(a) controller jurídico à frente da operação.
Seja bacharel em direito, advogado(a), administrador(a) ou contador(a), dentre tantas outras profissões, o importante é que seja um(a) profissional comprometido(a) com os valores do escritório/departamento jurídico e com garra para aprender e enfrentar os desafios da profissão/departamento.