30 de março de 2020

Além de combatermos um inimigo invisível, é hora de “arrumarmos a casa” e procurar otimizar todos os processos do negócio, principalmente gerir as finanças do seu escritório de advocacia.

Nesse momento não só ter os controles financeiros em dia, mas também ter cautela e prudência nas decisões tomadas são estratégias fundamentais para ter uma gestão estratégica na advocacia.

Anteriormente já escrevi alguns artigos dando dicas práticas sobre como controlar a gestão financeira do seu negócio.

Leia também nosso artigo “Finanças na advocacia: O óbvio que ninguém faz”. Clique aqui para acessar! 

Em resumo, tudo começa com o registro correto e detalhado de todas as receitas, custos e despesas do negócio.

Para gerir um escritório de advocacia de maneira estratégica é fundamental ter conhecimento de sua carga tributária, gastos fixos com folha de pagamento, estrutura e despesas processuais, que são muitas vezes reembolsadas pelos clientes, inclusive.

Mas nesse momento de turbulência econômica e financeira que nosso país (e o mundo) passará, vou focar em 7 passos para gerir as finanças do seu escritório de advocacia.

Espero que ajude você, empreendedor do direito, a minimizar os impactos no seu negócio.

1. Construa um fundo de reserva de caixa!

Sempre recomendo aos meus clientes que façam um fundo que possa comportar em média 3 meses de todos os gastos do escritório.

Esse período pode ser maior ou menor, dependendo da oscilação das suas receitas.

Um escritório pessoa física, que trabalha praticamente no êxito, por exemplo, tem mais volatilidade em suas receitas do que um escritório que atendas pessoas jurídicas com contratos de partido.

Esse fundo deve ficar aplicado em um investimento de baixo risco e liquidez imediata, para que seja utilizado se eventualmente as receitas de um mês não cobrirem os gastos.

Se você já tem seu fundo provisionado, provavelmente será hora de utilizá-lo, se não tem, o ideal é começar o quanto antes.

2. Prepare-se para uma queda nas receitas!

Provavelmente vários escritórios serão afetados com atrasos e inadimplências.

Temos uma paralização total de vários setores da economia, por todo Brasil e o mundo.

O dinheiro não gira.

Muitas empresas espalhadas pelo país tiveram suas vendas reduzidas drasticamente e, consequentemente, deixarão de pagar seus fornecedores.
Verificamos um aumento também do desemprego.

Ou seja, a receita será mais escassa para pessoas jurídicas e pessoas físicas, alguns negócios serão mais afetados que os outros, mas com certeza todas as cadeias da economia serão impactadas.

Leia também nosso artigo “Finanças na advocacia: O óbvio que ninguém faz”. Clique aqui para acessar! 

3. Corte gastos!

Mapeie os gastos que podem ser cortados.
Nesse momento, devemos evitar ao máximo desperdícios, e supérfluos.

Penso que temos que operar com o mínimo necessário para manter a qualidade da entrega do nosso trabalho perante nossos clientes e a sociedade.

O simples fato de vários colaboradores estarem trabalhando de home-office já auxilia em partes nessa redução.

Mas, é fundamental também que tudo que não seja absolutamente necessário para o bom andamento do negócio seja revisto e, quem sabe, cortado.

É hora também de buscar novos fornecedores, que muitas vezes podem oferecer o mesmo produto ou serviço a um custo menor.

4. Controle seu fluxo de caixa!

Ter uma gestão correta e adequada do fluxo de caixa auxilia sempre o gestor na tomada de decisão.

Ter a correta previsão de receitas, separar gastos fixos e variáveis e priorizar os gastos essenciais.

Caso o caixa esteja apertado, recomendo que sejam tomadas ações de forma antecipada.

Negociar com fornecedores, vendo se é possível mais prazos para pagamentos e, negociar também com clientes, que em alguns casos podem antecipar o pagamento dos honorários, nem que seja em troca de um desconto.

5. Evite contrair novas dívidas!

Em tempos de recessão, novos investimentos, reformas e ampliações são recomendadas somente em casos extremamente necessários.

Tudo que não é fundamental pode ser adiado, para que não acabe dificultando o fluxo de caixa no curto prazo. Se seu fluxo estiver estabilizado, mãos a obra, não temos tempo a perder.

6. Crédito pode ser útil, desde que bem tomado!

Os bancos e outras instituições financeiras têm vários produtos de crédito disponíveis no mercado. Empréstimo, antecipação de recebíveis, cheque especial…. qual o melhor a ser utilizado.

Depende de cada caso, mas é sempre importante analisar o valor a ser tomado e também o tempo necessário para liquidar essa dívida.

O cheque especial atualmente é um dos produtos bancários mais caros, então deve ser utilizado somente em casos excepcionais, por períodos curtíssimos e se possível, com baixos valores.

Empréstimos são interessantes quando é necessário um valor maior e mais tempo para pagar.

As antecipações de recebíveis, por sua vez, podem ser um curinga, extremamente flexíveis, pois ao invés de contrair uma dívida, você antecipará uma receita futura. Mas não esqueça, olho nas taxas sempre.

7. Procure oportunidades!

O Governo Federal e outras entidades como a Federação Brasileira de Bancos – Febraban têm adotado medidas para auxiliar as empresas e pessoas físicas a passarem por essa situação da melhor forma.

Fique de olho nos comunicados e regulamentações publicadas para contornar a situação da melhor forma.

Os bancos têm flexibilizado as dívidas e o governo alguns tributos. Pode ser uma alternativa para alongar o fluxo de caixa, caso ele esteja apertado.

Todas as medidas que estão tendo que ser adotadas de maneira forçada, também podem significar o início de uma inovação, seja de melhoria de processos internos, como até mesmo a criação ou desenvolvimentos de novos produtos jurídicos.

Espero que essas dicas ajudem vocês a passarem por esse momento de instabilidade da melhor forma.

Sairemos mais fortes, cresceremos, mas precisamos do esforço e compreensão individual, para atingirmos um bem maior coletivo.

Ficou interessado?

A Éos e nossa equipe de mentores está disponível para lhes auxiliar sempre, e no que for necessário.

Sobre o autor

Jorge é mentor de Finanças na Éos. Administrador, especialista em finanças de escritórios de advocacia. Empreendedor, sócio fundador da ÉOS Inovação na Advocacia. Atua como planejador financeiro pessoal e coach financeiro.

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